Betterlucky

Número de mulheres no mercado de apostas atinge 51% e supera o de homens pela primeira vez

As apostas esportivas, ou “BETs”, como ficaram conhecidas, têm se mostrado um negócio cada vez mais lucrativo em solo brasileiro, sobretudo após esforços de regulamentação. Contrariando a ideia de que a prática é predominantemente masculina, a pesquisa “Mulheres nas Apostas”, realizada pela Associação de Mulheres da Indústria de Gaming (AMIG), em parceria com a KTO, demonstrou que 51% do público apostador é feminino.

Para João Fraga, CEO da Paag, techfin que oferece soluções tecnológicas para o segmento iGaming, esse aumento representa uma oportunidade de expandir o mercado para um público que é diferente do masculino.

“As apostas esportivas sempre foram desenhadas com foco no público masculino. O crescimento da participação feminina mostra que o setor precisa evoluir. Ajustar produtos, comunicações e experiências para esse perfil não é apenas necessário, é estratégico para quem quer crescer no mercado regulado com relevância”, afirma Fraga.

De acordo com o levantamento, a maioria das apostadoras têm entre 18 e 39 anos, com ensino superior, faz parte da classe média e se distribui majoritariamente entre as regiões de São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro. Além disso, 85% dessas mulheres utilizam dispositivos móveis como meio de acesso às plataformas e 65% têm o futebol como modalidade preferida.

70% das entrevistadas afirmam encarar a atividade como uma forma de entretenimento ou socialização, enquanto os outros 30% enxergam as apostas como oportunidade de investimento.

Essa tendência, aliada à pesquisa da B3 que apontou que o número de investidoras em renda variável registrou um crescimento de 85% entre os anos de 2020 e 2024, demonstra que as mulheres têm buscado maior protagonismo financeiro e conquistado espaço no campo dos investimentos.

Apesar do risco de perda financeira, quando comparadas aos homens, as apostadoras demonstram um perfil mais cauteloso e responsável.

Embora 40% delas aposte semanalmente, uma parcela significativa (37%) procura limitar os gastos a R$200 por semana, além de estarem mais propensas a aderir a ferramentas de controle para evitar vícios.

Outro sinal de cautela, é a busca por informações antes de jogar, a maioria procura por notícias esportivas (20%), usam repertório próprio (19%) ou consultam de conhecidos (16%).

Ainda no universo das apostas esportivas, a participação feminina também tem sido de grande importância no âmbito das empresas que fornecem tecnologia para o setor.

Elisa Mussolino, Gerente de Projetos Estratégicos da Paag, destaca a participação feminina no setor de fintech e tecnologia e conta sobre os principais desafios que as mulheres ainda enfrentam no setor: “Significa estar em um espaço desafiador e, ao mesmo tempo, cheio de oportunidades. Representa uma jornada de perseverança, aprendizado contínuo e superação de obstáculos que, muitas vezes, envolvem neutralizar estereótipos de gênero”.

“As mulheres nesse espaço podem se tornar grandes agentes de mudança, contribuindo para soluções mais criativas, inclusivas e inovadoras. Acredito que nossa forma de pensar e decidir será cada vez mais reconhecida, agregando valor nas empresas destes setores”, pontua.

De maneira geral, as informações obtidas pelo estudo demonstram uma lacuna mercadológica e de representatividade a ser preenchida, por meio de propagandas e interfaces que busquem atrair ainda mais o público feminino.

Para tal, é necessário o rompimento com a noção de que o iGaming, principalmente quando ligado ao esporte, é majoritariamente masculino.

Fonte: GMB

Compartilhe: