Em entrevista ao VALOR, Celso Sabino afirmou que o presidente do Senado, senado Davi Alcolumbre tem simpatia pelo projeto e que “a gente aposta todas as fichas que no primeiro semestre o projeto será votado e sancionado” (Foto: Ministério do Turismo)
Com o cargo cobiçado por outros partidos da base do governo federal em meio às articulações para a reforma ministerial, o ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA), cita questões políticas e entregas promovidas pela pasta para acreditar que não há motivos para substituí-lo. Em entrevista exclusiva ao VALOR, Sabino diz que o ministério passou a ser cobiçado justamente depois de ampliar entregas, decorrente da atração de emendas parlamentares. Nesse contexto, destaca a importância de que governo, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF) cheguem a um acordo para ampliar a “rastreabilidade” e a “transparência” das emendas.
O ministro afirma que a participação do turismo no Produto Interno Bruto (PIB), atualmente na casa dos 7%, superará os dois dígitos em 2027. Para isso, ele conta com medidas como a aprovação do projeto de lei que regulamenta os jogos de azar, a respeito do qual vem conversando com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e a Lei Geral do Turismo, sancionada no ano passado.
Sabino afirmou que Alcolumbre tem simpatia pelo projeto que legaliza cassino em resort e turístico, bingo e jogo do bicho (PL 2234/22) e que “a gente aposta todas as fichas que no primeiro semestre o projeto será votado e sancionado”.
Confira os principais pontos:
Perspectivas para o turismo
“A nossa perspectiva é de que a participação do setor no PIB, que estava na casa dos 7%, chegue aos dois dígitos. Vamos fazer com que o turismo seja uma nova força para promover a economia do Brasil. Tivemos mais de 350 mil empregos [formais líquidos] gerados de janeiro de 2023 a dezembro de 2024. Estamos trabalhando para no fim de 2027 a participação do setor superar dois dígitos.”
PL dos jogos de azar
“Aguardamos que seja votado no plenário do Senado no primeiro semestre. Estamos conversando fortemente com os senadores, explicando o projeto. O mundo todo explora essa atividade econômica por meio de resorts integrados com cassinos regulamentados. São raras as exceções, um ou dois países de religiosidade muito rigorosa. Mas o resto do mundo democrático inteiro tem. Nossos vizinhos todos aqui têm. O presidente Alcolumbre tem mostrado simpatia pelo projeto. Ele não se manifestou publicamente, mas nas conversas tem mostrado simpatia. Por isso, a gente aposta todas as fichas que no primeiro semestre o projeto será votado e sancionado. Se tiver os cassinos, vamos passar bem isso aí [participação do turismo em 10% do PIB].”
Instalação de cassinos
“Em São Paulo, o investidor vai querer colocar na capital, e nós vamos querer colocar na cidade mais pobre do Estado para levar o desenvolvimento para lá. Então, será uma negociação para tentar chegar ao que seja bom para ele e excelente para o desenvolvimento econômico da região. Todo mundo está vindo procurar aqui: investidores de Macau, dos Estados Unidos, espanhóis, chilenos. Eles querem os maiores mercados. Brasília é um grande mercado. Rio de Janeiro é um grande mercado.”
Fonte: bnldata.com.br
