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Bancada evangélica corre para barrar legalização de cassinos e jogo do bicho no Senado

O senador Irajá (PSD-TO) é o relator do projeto de lei que legaliza os jogos de azar (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

A bancada evangélica ligou o alerta no Senado para o possível avanço do projeto de lei que legaliza os jogos de azar no País. Os parlamentares religiosos, contrários a cassinos, bingos e jogo do bicho por princípios morais, tentarão barrar a proposta no plenário. O relator do texto, senador Irajá (PSD-TO), trabalha para que a votação ocorra ainda neste semestre. Para isso, conta com o apoio do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), revela a Coluna do Estadão.

“Vamos tentar impedir de todas as formas“, declarou à Coluna do Estadão o presidente da Frente Parlamentar Evangélica no Senado, Carlos Viana (Podemos-MG). “Vamos trabalhar muito contra isso, mas muito mesmo”, reforçou a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), vice do grupo.

Irajá ainda não está seguro da margem de votos para passar o projeto no plenário, o que abre brecha para a Frente Parlamentar Evangélica atuar e tentar convencer os senadores a rejeitarem a medida. O relator calcula que hoje há mais de 41 votos a favor da proposta, o que já seria suficiente para aprovação, mas menos de 50, patamar de apoio que as lideranças do Senado consideram ideal, para evitar surpresas.

As negociações devem avançar quando Alcolumbre voltar da viagem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Rússia e a China. O próprio Lula afirmou, no ano passado, que sancionará o projeto se for aprovado. O ministro do Turismo, Celso Sabino, também trabalha pela aprovação da proposta e mantém diálogo frequente com o relator.

Irajá já desistiu de tentar um acordo com a bancada evangélica, porque os parlamentares da Frente são contrários ao mérito do texto, o que significa que de nada adiantará mudar detalhes. O objetivo é garantir os votos no restante do Senado.

Disputa foi acirrada na CCJ do Senado e na Câmara

A aprovação da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, em 2024, foi apertada. O texto passou com 14 votos favoráveis e 12 contrários, o que indica disputa acirrada também no plenário.

Em 2022, também houve divisão na Câmara, e a legalização dos jogos de azar passou por 246 a 202 votos. Na ocasião, o então presidente da bancada evangélica na Casa, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), atuou até o último minuto, com ligações para deputados durante o processo de votação para tentar virar votos, e entrou em confronto com o então presidente Arthur Lira (PP-AL), que era favorável à medida.

Fonte: bnldata.com.br

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